
Em função desta relação de longa data, adquiri um vasto conhecimento sobre como avaliar, escolher, estocar, manusear, consumir e apreciar torradas. Apesar de sensíveis avanços terem sido notados no quesito embalagem ao longo dos anos, ainda estamos longe de ter invólucros realmente confiáveis e que preservem a integridade física das apetitosas lindinhas douradas. Quase frequentemente, ao abrir as embalagens, me deparo com uma terrível realidade: torradas covardemente despedaçadas, estraçalhadas e moídas.
Sinto-me como um arqueólogo buscando vértebras de dinossauro no meio do deserto. Cada fragmento é importante e não deve ser desprezado. Além da óbvia raiva que sinto ao ver torradas esmigalhadas, fico tomado por uma imensa curiosidade, tentando imaginar quais atos truculentos seriam os responsáveis por deixá-las naquela horrenda situação. Em que parte do processo a violência ocorre? Na fabricação? No estoque? No transporte? No ponto de venda? Sinceramente não sei, mas imagino que os supermercados têm sua parcela de culpa. Uma vez eu vi o rapaz que colocava os produtos nas gôndolas fazendo embaixadinha com um pacote de torradas...
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