sábado, 28 de julho de 2007

Uma questão de elasticidade


Todo aviso tem sua razão de ser. "Tinta fresca", "Não pise na grama", "Cuidado com o cão", "Não estacione" e uma infinidade de outros avisos que todos conhecemos de longa data. Se um aviso existe, é porque alguém já fez aquilo que não era para fazer. Pode crer que alguém já sentou num banco que tinha acabado de ser pintado, alguém provocou o pastor alemão errado ou alguém soltou um berro daqueles no saguão de um hospital.

No caso específico deste aviso aí da foto, fico pensando em quantos energúmenos meteram o pé na parede do estabelecimento, a ponto de terem de fazer uma placa proibindo tal ato. Para que alguém põe o pé na parede, afinal? O ser humano sempre me surpreende com sua infinita capacidade de fazer besteira e de ser inoportuno. Em pouco tempo teremos novos avisos como:



  • Não rale noz moscada no olho do porteiro

  • Favor não espalhar sagú no saguão

  • Proibido respirar no cangote da freira Dolores

  • Não dê pirulitos para o maestro

  • Proibido jogar lixo em feridas abertas

  • Não ande pelado no deck nem no jardim de inverno

  • Favor não palitar os dentes com pedaços de unhas cortadas

  • Não embebedar o mico Juquinha com St. Remy

  • Favor botar a mão na boca ao tossir e ao espirrar na sala de fertilização in vitro

Pratos incompletos. Uma discussão filosófica.


Todo mundo fala com orgulho da feijoada completa. "Aqui, feijoada completa!" OK, se um estabelecimento anuncia que ele serve feijoada completa, quer dizer que em algum lugar deve existir uma feijoada incompleta! Para que mencionar o "completa"? Nunca ouvi dizer de uma lasanha completa ou de um risoto completo, todos os outros pratos são completos por natureza.

Gostaria de comer uma feijoada incompleta... Ficaria tentando descobrir qual ingrediente está faltando. Depois de me refestelar, viraria para o garçom e diria: "Já sei, estava faltando o bacon na couve, não é? Maldita feijoada incompleta..."

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Nero é paraguaio?


O propósito do produto acima é muito claro: queimar. Estamos acostumados a usar álcool para limpeza geral de nossos lares (alguns também o bebem, isso é fato), mas em terras paraguaias talvez não seja bem assim. Pelo que consta, lá o pessoal é chegado em coisas flamejantes. Nero deve ter nascido por lá.


(Foto graciosamente enviada pela correspondente internacional Adri Carvalho)

domingo, 22 de julho de 2007

Redundância alimentar


Para que ter trabalho de fazer um recheio de abobrinha para rechear uma abobrinha? Uma abobrinha já é naturalmente recheada de abobrinha! Assim como um pão é naturalmente um sanduíche de pão!

Onde estou, para onde vou?


Não se fazem mais elevadores como antigamente. Sinto falta do térreo, sub-solo, 1,2,3,4... Nesses elevadores modernos o que vemos são siglas e códigos estranhos L, M, E1, E2... Eu aperto todos e vou vendo onde chego. Nesses casos precisamos de um glossário ou da volta dos entrépidos ascensoristas, que apesar dos altos e baixos de sua profissão, poderiam nos levar ao andar certo sem que nos preocupemos com siglas surrealistas. Outro dia, ao andar num desses elevadores empetecados, escutei uma menininha de uns 7 anos perguntando para a mãe: "Mamãe, posso brincar com a Paula do E6?" A mãe, cautelosa, respondeu: " De jeito nenhum! Lá não tem grade nas janelas. Onde já se viu morar no E6 e não ter grade? Quero que vocês desçam para o L e brinquem onde eu possa vê-las..."

sábado, 14 de julho de 2007

Efeito Tostines na construção civil*


Perigo para quem? Para o transeunte desavisado que pode ser ferido por uma betoneira ou para a própria obra, que pode ser ameaçada ou destruída pelo mesmo transeunte trapalhão?


* Quartéis do exército se caracterizam como construção civil?

Taxi Driver (clique na foto para melhor visualização)


O aviso acima estava afixado num posto de gasolina de Paraty. O mais estranho é que em Paraty nem deve existir táxi. Eu pelo menos não lembro de já ter visto um nesta bela cidade. Seja lá o que esse aviso queira dizer, nota-se um claro repúdio à função dos taxistas. Táxis não são seguros e são caros, chega-se a qualquer lugar com menos de 10 minutos de caminhada... Cada argumento mais sem cabimento. O táxi foi inventado justamente para que não se precise caminhar!
Outro ponto discutível é quando dizem que táxis não são seguros. A que tipo de segurança se referem? Esses táxis por acaso são bigas romanas ou carregam escorpiões vivos? Que tipo de perigo tão perigoso é esse que merece tal menção? Pode ser que quiseram dizer que o turista corre o risco de ser assaltado pelo taxista. Quem deve temer é o taxista, que está dentro de um carro que pode ser roubado! Um cara que tem um carro não vai perder tempo tentando roubar trocados de turistas... Se ele está precisando de dinheiro, que faça mais corridas e atraia mais clientes.

Homenzinhos nos Jogos Panamericanos


Quem disse que só de sofrimento, abusos e destratos vivem os nobres homenzinhos de placas? Em tempos de Pan (não o Deus do amor nem o chocolatinho mequetrefe...), eis que vejo os homenzinhos sendo usados com muito respeito e dignidade. Estes aí estão na frente do centro esportivo do Ibirapuera. A única coisa estranha é que parece que um deles está jogando vôlei dentro da água. Talvez tenham levado o conceito "vôlei de praia" longe demais.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

E o banheiro levou...




Coitado do Clark Gable, virou sinalização para banheiro masculino... Taí uma das desvantagens de ficar famoso. Vão usar sua imagem com os mais absurdos propósitos. Por outro lado, tem artistinha mequetrefe pela aí que adoraria uma boquinha dessas. Ainda por cima negociariam com empáfia o uso de suas imagens nas portas de banheiros: "Só pode usar minha foto se o banheiro for limpo com cloro! Creolina e Pinho Sol estão terminantemente proibidos..."

Pequena lista de proibições


Como faltou placa, eis o restante das atividades proibidas no interior do Parque Florestal da Serra do Mar (Ubatuba, SP) :
  • Brincar de Mãe da Rua
  • Procurar o Jimmy Hoffa
  • Fazer tererê no cabelo
  • Dizer as palavras "cabotino" , "lactose" , "kalimá" e "shoptidê"
  • Soletrar em voz alta a palavra "esternocleidomastóideo"
  • Vestir-se de Narjara Tureta
  • Bater figurinhas na modalidade "à brinca"
  • Fazer pão na chapa
  • Dizer que alguém é frio e calculista
  • Avisar uma pessoa que ela está com um pedaço de rúcula nos dentes
  • Enfiar um polenguinho inteiro na boca
  • Mencionar ou insinuar as Coordenadas Cartesianas de René Descartes
  • Dizer que as festas juninas no Paraguai são mais divertidas que as nossas
  • Solicitar entrega de pizzas, empadas e comida chinesa

Vida fácil em Angra dos Reis


Eis a vista do meu quarto de hotel em Angra dos Reis. Não sei como acham isso legal. Nada como a Rebouças engarrafada para dar sentido às nossas vidas!

Abaixo o urinol


Nada é mais grotesco do que um urinol. Você precisa se concentrar e caprichar na mira se não quiser levar um auto-retro-jato de urina. Não há descarga, a urina fica ali, rindo para você "Tô aqui, não fui embora!! Estou me misturando com o xixi dos outros..." Alguns estabelecimentos colocam gelo e limão dentro do urinol. Dizem que é para não dar cheiro... Eu na dúvida, nem chego perto de uma caipirinha feita neste lugar! Outra que é embaraçoso urinar em cima de limões, sinto-me um pecador. Outros lugares colocam inúmeras bolinhas de naftalina com o mesmo propósito de eliminar odores... Meu Deus, não é mais fácil instalar uma descarguinha no maldito aparato em vez de ficar inventando métodos bizarros de eliminação de odores? Outro problema que enfrento com os urinóis é a altura em que são instalados. Como tenho 1,90m fica praticamente impossível urinar com segurança. As vezes é mais fácil acertar uma maçã com arco e flecha na cabeça de alguém do que acertar o desgraçado do urinol. E ainda tem aqueles que insistem em dar uma olhadinha para o companheiro urinando ao lado. Por essas e por outras que me recuso a usar tal artefato.

Cãoduto e a perversão do adestramento


Tive a solene oportunidade de ver de perto uma aula de adestramento canino. Em primeiro lugar, não faz sentido algum tentar ensinar ao cachorro aquilo que nós humanos achamos o que ele deve fazer! Em segundo lugar, quantas crianças pela aí precisando de escola e ficamos torrando fortunas para terceiros ensinarem idiotices para os cachorros? Não há nada mais surreal... Aula vai, aula vem, eis que o adestrador enfia o pobre border collie num túnel medonho. O cão deve ter passado os piores momentos de sua vidinha nas mãos deste crápula. Se alguém me pega e me joga num túnel escuro sem o meu consentimento prévio, sinto-me no direito de usar a violência para resolver a situação. Os nobres cães nem se utilizam deste recurso irracional, ficam todos com uma carinha de dar dó, como se quisessem dizer: "Pô meu, nem te fiz nada e você fica me jogando nesse túnel... Mó mancada!"

O perigo das "aspas"


Fico intrigado com o uso indiscriminado das aspas por aí. As pessoas acham que elas servem para dar mais importância para as palavras ou coisa do gênero. Este exemplo captado num banheiro de uma tradicional lanchonete paulistana me deixou bastante sensibilizado. No momento em que colocam o "devagar" entre aspas, automaticamente pensamos que é para puxar com força! E foi exatamente o que fiz, só para largarem a mão de empregarem erroneamente as aspas. O pior foi que todos que entravam no banheiro tinham a mesma percepção, pois ouvia-se um forte estrondo seguido de uma gargalhada. Todos ficaram puxando o papel "devagar"...

terça-feira, 3 de julho de 2007

Nelson Rodrigues no buffet antropófago


"Meu namorado é um filé", algumas mulheres orgulhosas podem até dizer isso por aí. Neste buffet antropófago, "filé de namorado" deixa de ser uma ingênua catacrese e assume seu sentido literal. Havia esquecido que às terças o buffet serve carne humana, assim como alguns restaurantes têm o costume de servir feijoada às quartas e assim por diante. Ao perguntar para a dona do restaurante por que anunciar abertamente que a carne era de seu namorado, ela me disse: "O sacripanta estava saindo com a cozinheira. Fatiei o desafortunado e pedi para a própria cozinheira prepará-lo no vinha d'alhos. Ela deve ter aprendido a lição. Caso contrário na próxima terça teremos "filé de cozinheira"...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vida dura de estátua


Não quero que façam estátuas em minha homenagem. É degradante. É como se fosse castigado a ficar congelado por toda a eternidade. As estátuas nunca se parecem com o homenageado e ficam por aí ao relento, jogadas à própria sorte. Acabam virando poleiro de pombas e motivo de chacota. Eu que não gostaria de ter meu nariz futucado por engraçadinhos...

Uni-duni-tê macabro


Em um grande shopping de São Paulo armaram uma arapuca para os nossos queridos e sofredores bonequinhos. A catástrofe acontecendo e cada um correndo para a direção oposta do outro! Um deles vai se salvar e o outro se ferrar.
Neste caso específico, além de sacanearem (novamente) os bonequinhos, o shopping também sela o destino de seus clientes, que ficarão em dúvida para que lado correr em caso de emergência. Para onde fugir, afinal? O critério de escolha é seguir o bonequinho que mais te agrada. Eu seguiria o do aviso verde, me passa mais confiança do que o vermelho. O resto, deixa na mão de Deus!